JOÃO CAMOSSA SALDANHA
In memoriam
Uma vida dedicada à defesa da causa monárquica, à Democracia e à Liberdade
O advogado João Camossa, meu antigo colega no PPM e pessoa que muito estimava, fundador do Partido Popular Monárquico e combatente contra o Estado Novo deixou-nos na esta terça-feira aos 81 anos, em consequência de uma síncope cardíaca que o surprendeu em pleno sono. Vivia, desde há anos, em casa do Prof. Jacinto Simões.
João Camossa foi um convicto militante anti-salazarista e anti-marcelista e esteve implicado antes do 25 de Abril em conspirações e movimentos revolucionários, tendo sido várias vezes interrogado, torturado e preso pela PIDE.
Em 1974 fundou, ao lado de Gonçalo Ribeiro Teles, Henrique Barriláro Ruas, Melo Lapa, entre outros, o PPM, em ruptura frontal com a tradicional Causa Monárquica.
Participou, ao lado de Manuel João da Palma Carlos, de Salgado Zenha, de Abranches Ferrão, de Mário Soares, de Duarte Vidal e outros nomes, em julgamentos efectuados no Tribunal Plenário de Lisboa.
João Camossa foi um dos raros advogados portugueses que, durante o exercício da profissão e em plena barra do Tribunal, passou, em circunstâncias insólitas, de advogado a réu, num julgamento presidido por Almeida Moura.
Depois do 25 de Abril, foi representante do PPM na Assembleia Municipal de Lisboa e pertenceu aos serviços de apoio jurídico na Assembleia da República, durante o período da Aliança Democrática.
Ao longo da vida João Camossa colaborou por diversas vezes em jornais e revistas sobre temas políticos, históricos e culturais.
O corpo de João Camossa estará em câmara ardente a partir das 10:00 de sexta-feira, na Igreja de Nossa Senhora do Cabo, em Linda-a-Velha.
A missa e o funeral realizam-se nesse mesmo dia pelas 14:00, seguindo depois o corpo para o cemitério local.
Depois de Henrique Barrilaro Ruas, querido amigo de sempre, agora João Camossa. Que repouse em paz!
Pedro Quartin Graça