Manifesto pede regresso da Monarquia
Subscritores exigem um Chefe de Estado "supra-partidário"
Gonçalo Ribeiro Telles, Miguel Esteves Cardoso e Pedro Quartin Graça são alguns dos nomes que subscrevem um manifesto divulgado esta quarta-feira que defende o regresso da Monarquia porque a situação do país exige um Chefe de Estado "supra-partidário".
Perante um regime em liberdade mas em que a verdadeira democracia está ausente, torna-se urgente uma chefia de Estado independente e supra-partidária. Isto só pode ser garantido, zelado e velado por um Chefe de Estado eleito pela história", lê-se no texto com o título ‘Manifesto: Instaurar a Democracia, Restaurar a Monarquia’.
Os subscritores realçam os "dias difíceis" que o País vive e dizem que o duque de Bragança, Duarte Nuno, "único e legítimo pretendente ao trono português, poderá dignificar a chefia de Estado portuguesa. Pela história que representa e que nos une. Pela liberdade que garante a ausência total de facturas a qualquer eleitorado ou clientela".
Em declarações à agência Lusa, Pedro Quartin Graça acrescentou que o grupo manifesta assim "um conjunto de preocupações relativamente ao estado do País e ao actual estado das instituições nacionais, em concreto, as mais altas e a própria Presidência da República".
Quartin Graça diz que os Presidentes são genericamente candidatos de partidos e eleitos por "clientelas partidárias" das quais, no exercício do cargo, não se conseguem afastar e ter o "necessário distanciamento".
Já um rei não teria de se confrontar com este "jogo político", além de ser uma pessoa que compreende "o passado, a história e a tradição" podendo desta forma "projectar o futuro" do País melhor que ninguém.
Quartin Graça reforçou ainda a ideia contida no texto do manifesto sobre a "situação de liberdade" mas não de democracia plena em que vive hoje Portugal por causa da assistência financeira externa, que mantém reféns as instituições nacionais de uma "agenda" exterior, algo.
"O rei, pela natureza da sua função", nunca ficaria refém dessa "agenda externa", considerou.
O advogado Abel Silva Mota, o empresário António Pinto Coelho, o historiador Filipe Ribeiro de Menezes, o jornalista Nuno Miguel Guedes e o músico Pedro Ayres Magalhães são alguns dos restantes 18 subscritores do manifesto que, segundo Quartin Graça, pretende ser um "apelo" e "uma chamada de atenção aos portugueses em geral" para a "necessidade" de pensar a chefia do Estado "noutros moldes".