DISCURSO DE PEDRO QUARTIN GRAÇA NA APRESENTAÇÃO DA LISTA E PROGRAMA DA CANDIDATURA DO MPTCaras Amigas, Caros amigos, Lisboetas,
Quero agradecer em primeiro lugar a todas e a todos que aceitaram integrar esta lista de candidatos à Câmara Municipal de Lisboa e às ilustres personalidades que me deram o enorme gosto de aceitarem fazer parte da Comissão de Honra desta candidatura.É para mim um grande orgulho e uma grande responsabilidade poder encabeçar uma lista que é composta pelas pessoas que aqui estão e que dão a cara por esta candidatura.
O governo da cidade só é possível, se for um esforço de equipa e se for um trabalho conjunto de todos os elementos que integram esta lista.Esta candidatura não é pois a candidatura do Pedro Quartin Graça mas é a candidatura duma equipa. Uma equipa que é formada por 24 candidatos, todos igualmente importantes.É uma lista de uma equipa coesa e de uma equipa que tem um projecto. E, perdoem-me a imodéstia, um bom projecto para a cidade.
Um projecto na linha das ideias inovadores e percursoras que o MPT tem vindo a defender ao longo dos últimos anos.Um projecto que ajudar pretende dar melhor qualidade de vida aos alfacinhas.Mas esta é também uma lista de participação cívica e de abertura à cidadania.No conjunto dos 17 candidatos efectivos e dos sete suplentes apenas um, eu próprio, ocupa cargos políticos a nível nacional ou a nível municipal.
E, mesmo no meu caso, o círculo de eleição é precisamente o de Lisboa.Gostaria de destacar que a lista que hoje apresentamos é composta por um total de 11 independentes. De entre estes, e perdoem-me os demais por não os referir com igual destaque, gostaria de referir a presença de um conjunto significativo de personalidades que estiveram na origem da contestação ao projecto do novo aeroporto da Ota e que foram autores do livro denominado “O Erro da Ota e o Futuro de Portugal”.
A presença de tão qualificados membros desse grupo como independentes, quer na lista, quer na Comissão de Honra da candidatura, é para nós uma garantia de que somos a lista mais qualificada, também do ponto de vista técnico, para poder emitir opiniões fundamentadas acerca dos motivos que nos levam a rejeitar o aeroporto da Ota como proposta de novo aeroporto de Lisboa.
A candidatura que hoje apresentamos e o curriculum dos candidatos que me acompanham fala por si. São pessoas com provas dadas, provas dadas na vida politica, provas dadas no urbanismo, na gestão, na área financeira, na cultura, na intervenção social, em todos os domínios que são essenciais para podermos ser alternativa enquanto equipa para a Câmara Municipal. É uma equipa competente, com capacidade politica, mas tem também competência técnica e que permitirá assegurar a governabilidade da cidade de Lisboa.
Gostaria de aqui recordar que foi o Partido da Terra, através do recurso que interpôs para o Tribunal Constitucional, que esteve na base da marcação das eleições para 15 de Julho. Fizemo-lo porque entendemos que só assim era possível permitir uma maior participação cívica de todos os potenciais concorrentes; partidos políticos, coligações, mas também de independentes. E, se hoje existem 12 candidatos a Lisboa, o MPT pode orgulhar-se de ter estado na origem directa dessa realidade.
A apresentação da lista do Partido da Terra, da Comissão de Honra e das linhas programáticas da candidatura do MPT à Eleição Intercalar da Câmara Municipal de Lisboa neste local é também claramente indicadora da importância que continua a ter para o MPT, enquanto força política pioneira da ideia do eco-desenvolvimento em Portugal, a execução do Plano Verde idealizado por Gonçalo Ribeiro Teles.
Esta execução, em articulação com a Área Metropolitana, passa, no que a este ponto diz respeito, pela ligação do Parque Eduardo VII a Monsanto, tantas vezes prometida e tantas vezes adiada pelos sucessivos executivos camarários.
E esta é, diga-se, uma candidatura que já começa a incomodar muita gente, uma candidatura que vem perturbar aquela que alguns queriam que continuasse a ser a paz podre em Lisboa, sistematicamente assegurada, em exclusivo, pelos partidos representados na Assembleia da República. É uma candidatura que, dia a dia, vem recolhendo sucessivos apoios por parte dos lisboetas. É uma candidatura séria mas substancialmente diferente das demais.
Diferente nos meios de propaganda que não temos. Diferentes no estilo que usamos. Diferente pelas medidas que propomos.
Propomos sete medidas para Lisboa. Tantas quantas as colinas que a cidade possui. Medidas que passam pela devolução aos lisboetas do orgulho que no passado tiveram em poder dizer que moravam em Lisboa. Numa Lisboa bonita, limpa, eficiente, com qualidade de vida para os cidadãos.
Numa cidade em que exista respeito pelo espaço público e pela sua limpeza. Numa cidade com pouco ruído. Numa cidade em que se ponha fim ao caos do estacionamento. Numa cidade em que se possa andar de bicicleta. Numa cidade em que se veja o fim das obras. Numa cidade em que todos convivam com o Rio. Numa cidade com solidez e rigor financeiro na sua gestão.
Em suma, numa cidade em que, por acção dos governantes e com a gestão participada e a ajuda das populações seja possível por termo à desertificação que a assola, trazendo de volta quem foi obrigado a dela sair, numa cidade em seja possível circular com transportes públicos eficazes e rápidos. Numa cidade de todos e para todos. Numa cidade verde.
São sete as medidas que propomos para o sucesso da cidade.
Estas fundamentam-se numa estratégia de participação dos seus habitantes na definição das políticas e na negociação transparente das soluções propostas.
O nosso projecto para a cidade implica também uma forte mobilização dos recursos técnicos existentes na Câmara Municipal de Lisboa, hoje em dia afastados da procura de soluções para os problemas com que a cidade se debate.
A primeira das medidas tem a ver com o PLANO VERDE. Neste âmbito destacamos e empenho no fecho do último elo do corredor verde, entre o Parque Eduardo VII e Monsanto e na protecção intransigente do perfil das colinas de Lisboa.
Em segundo lugar está a CREDIBILIZAÇÃO ECONÓMICA. Destaque para a urgência de definição imediata de um plano de credibilização financeiro para o município, do proceder ao inventário com carácter de emergência todo o património da Câmara Municipal e analisar o funcionamento das actuais empresas municipais, aferindo a necessidade da sua manutenção face aos recursos humanos desaproveitados que existem no município.
A terceira medida prende-se com a PROXIMIDADE AO CIDADÃO. Erradicar a situação actual de hostilidade para com o cidadão, sobretudo o idoso, hostilidade para com o peão em geral e o recentrar das políticas da autarquia na promoção da qualidade de vida dos munícipes, elaborando um plano geral de acessibilidades e promovendo a coordenação e fiscalização eficazes da duração e localização dos estaleiros de obras públicas e privadas são algumas das nossas prioridades.
A REQUALIFICAÇÃO URBANA é a nossa quarta medida. Cabe aqui referir a necessidade de suspensão imediata do processo de densificação urbanística e de ocupação descontrolada dos espaços intersticiais, enquanto não se proceder à integração do PLANO VERDE no PDM, a defesa do comércio tradicional do centro da cidade e as profissões liberais aí sedeadas e a promoção da implantação de cafés e esplanadas nos eixos principais e avenidas da cidade.
A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL é a nossa quinta preocupação. Para além de dar prioridade a soluções que promovam a sustentabilidade ambiental designadamente em relação à poupança de energia, defendemos a reabertura de imediato das linhas de elevadores históricos encerradas devido a causas estranhas ao município.
No âmbito da PROMOÇÃO CULTURAL, a nossa sexta medida, somos pelo promover da cidade na perspectiva do seu evidente sucesso no espaço europeu através do fomento de promoções culturais e da requalificação de antigas zonas históricas esquecidas que deverão ser conectadas com o centro Histórico tradicional; pela criação de percursos turísticos múltiplos que possam abranger diametralmente toda a cidade, pela defesa intransigente do aeroporto da Portela como património insubstituível para a manutenção do turismo e da economia da cidade; pela defesa da imagem simbólica do Terreiro do Paço, face da cidade e do país.
Por último, que não em último lugar, o GRANDE ESTUÁRIO. Pretendemos virar Lisboa ao Tejo, reconhecendo a importância económica da interface do estuário; queremos reivindicar uma participação decisiva na viabilização do projecto da Terceira Travessia do Tejo e libertar as fronteiras à frente-rio. Defendemos a preservação das vistas de rio defendendo-as da voragem imobiliária, a promoção das actividades turísticas, de lazer, comerciais e de pesca nessa zona. Exigimos a reposição imediata e incondicional do Cais das Colunas e somos pela interdição da construção na frente-rio de novas edificações com volumetrias esmagadoras.
São estas as sete medidas que vos propomos. Que propomos à cidade. Que propomos aos lisboetas. A estes cabe agora a escolha a 15 de Julho.
Estamos confiantes!
Muito obrigado.